Título foi concebido ao pizzaiolo de Jaú (SP) Eduardo Gromboni, no Campeonato Nacional de Pizzaiolos, realizado na feira Anuga Select Brazil, em São Paulo.

Em um país onde, segundo Associação de Pizzarias Unidas de São Paulo, se consome em média 1 milhão de pizzas por dia, ter o título de “Melhor Pizza do Brasil” não é pouca coisa.

É por isso que Eduardo Gromboni, morador de Jaú, no interior de SP, é tão orgulhoso de sua conquista: a “Melhor Pizza Napolitana do Brasil”, título recebido em abril de 2024 no Campeonato Nacional de Pizzaiolos, realizado na feira Anuga Select Brazil, em São Paulo.

O evento é organizado pelo Instituto Conpizza e contou com mais de 40 competidores de todo o país para cada categoria. Além do título, o jauense ganhou a possibilidade de representar o Brasil na mesma categoria em um concurso internacional em Las Vegas, nos Estados Unidos, com toda a viagem paga.

Eduardo contou ao g1 que se inscreveu no concurso de maneira despretensiosa e que seu objetivo era entender como seu produto era visto por críticos da área.

“Foi a primeira vez que participei de um campeonato, estava inseguro. Fiz a inscrição por incentivo de alguns fornecedores. Não sou muito fã de competições, mas achei interessante participar para entender como o meu produto é visto pelos jurados. Estava também animado por estar próximo de outros profissionais que eu tinha contato apenas pelas redes sociais”, contou o pizzaiolo.

O concurso
O Anuga Select Brazil é realizado anualmente na capital paulista. No evento, vários concursos acontecem, e entre eles o Campeonato Nacional de Pizzaiolos, que elege as melhores pizzas do país em três categorias: napolitana, clássica e romana.

Eduardo explicou que a preparação para o concurso começou ainda em Jaú, horas antes do resultado. A massa da pizza napolitana deve descansar por cerca de 30 horas antes de ser assada. Segundo o pizzaiolo transportar uma massa em fermentação por cerca de 300 quilômetros até a capital não foi uma tarefa fácil.

“Fiz a minha massa na noite anterior, sempre atento a todos os detalhes e respeitando o processo disciplinar do concurso. Preparei os ingredientes e parti até a capital preocupado com o controle das massas para não fermentar muito com o calor e colapsar, perder a força”, explicou.

Já na feira, o pizzaiolo juntou os ingredientes à massa e levou tudo ao forno, que também segue normas rígidas de temperatura para o bom resultado.

“Nós tínhamos 12 minutos entre o preparo da mesa e a apresentação e entrega da pizza para os jurados. Essa pizza exige um certo sincronismo entre a temperatura do forno e a fermentação das massas. O forno precisa estar bem quente, acima dos 450 graus para obter um resultado legal. Depois que assei a pizza, fiquei animado com o resultado e com esperança de que poderia conseguir uma colocação satisfatória.”

Após apresentar a pizza aos jurados, o anúncio dos vencedores começou. Segundo Eduardo, ao ouvir a terceira e segunda colocação já havia perdido as esperanças, já que julgava que o primeiro lugar era quase inalcançável.

“Quando chamou o terceiro colocado, perdi um pouco de esperança, talvez fosse uma colocação que eu em encaixaria. No segundo, já tinha desistido, mas quando anunciaram o primeiro colocado eu fiquei sem chão. Comecei a chorar de emoção, foi algo inexplicável, uma sensação única”, lembra.

De projetos gráficos à Pizza Napolitana
Eduardo é formado em marketing e geografia e trabalhou como designer gráfico por 20 anos. Assim como muitos brasileiros, viu no período de pandemia da Covid-19, em 2020, uma oportunidade para recomeçar e resgatar uma paixão antiga: a pizza napolitana. Foi quando ele largou a profissão nos programas de ilustração e começou a fabricar pizzas, com ajuda da esposa, no fundo de sua casa.

“Começamos no fundo de casa, eu e minha esposa, mas o forno de casa era bem limitado. Investi em outros fornos com maior produtividade, mas o que queríamos era um forno napoletano, só que financeiramente era muito fora da nossa realidade.”

Hoje o casal aposta em uma espaço maior para atender os clientes e pretendem manter a especialidade nas pizzas do tipo napolitana.

“Acabamos de ampliar o espaço e logo chega um forno maior, mas mesmo assim, a capacidade é bem limitada e por se tratar de um produto artesanal, com uma massa que leva 30 horas de maturação e fermentação, as vezes elas acabam e infelizmente não tem o que fazer”, finaliza o pizzaiolo.