O suspeito de assassinar a ex-companheira a tiros em Brotas (SP) por não aceitar o fim do relacionamento recebeu alta hospitalar no fim de semana e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Após cometer o feminicídio e tentar se matar com um tiro, Walisson Alves dos Santos, de 34 anos, foi socorrido e estava internado na Santa Casa de Jaú (SP) sob escolta policial. Ele recebeu alta no sábado (12) e foi levado para o presídio.

Segundo o delegado Douglas Brandão, o suspeito passou por audiência de custódia e no domingo foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Americana (SP).

A vítima Lais Faustino dos Santos, de 27 anos, morreu na frente da filha de 7 anos. O ex não aceitava o fim do relacionamento que terminou em dezembro de 2024.

O crime aconteceu no Jardim Taquaral, na noite de domingo (6). Segundo informações do boletim de ocorrência, a Guarda Civil Municipal (GCM) foi chamada e quando chegou ao local encontrou a vítima e o suspeito caídos no corredor externo aos fundos da residência, ambos com ferimentos por projéteis de arma de fogo na região torácica.

Um revólver calibre 38 com uma munição intacta e cinco deflagradas foi encontrado no local. No bolso de Walisson foram encontradas outras seis munições intactas.

Discussões e agressão
Um vizinho de Lais contou à EPTV Central, afiliada da TV Globo, que ouviu a vítima ser agredida três dias antes do feminicídio e chegou a chamar a Polícia Militar.

O empresário Wesley Tiago da Silva Gaudêncio relatou que as discussões começaram na terça-feira (1º) quando Walisson começou a ir à casa da vítima. Ele ofendia a mulher e queria a todo momento ver o celular dela. Na quinta-feira (3) houve uma nova discussão e o homem partiu para agressão.

“Eu escutava ele falando: ‘agora estou filmando essa vagabunda’ e obrigava ela a ficar de joelhos. No sábado (5) de madrugada, o pessoal falou que ele tentou entrar 1h, mas chamaram a polícia e ele saiu correndo. E no domingo aconteceu essa tragédia”, disse.
Em uma mensagem trocada com a mulher, o empresário contou para ela que ligou para a PM para evitar que ela fosse agredida. Lais agradeceu e afirmou que Walisson estava sob efeito de drogas e acordou alterado.

Alegre e sorridente
Uma mulher alegre, sorridente, trabalhadora e que sempre cumprimentava a todos. É assim que Lais é lembrada por quem a conhecia, em Brotas. Uma amiga que preferiu não se identificar contou que a jovem era uma pessoa maravilhosa.

“Apesar de tudo que ela passava calada e quieta, era uma pessoa de um coração gigante que não via tempo ruim. Ela tinha uma vida com a filhinha dela, era uma ótima mãe. Foi uma perda muito forte”, disse.
Uma colega de trabalho disse que Lais era uma trabalhadora muito competente e que nunca faltava do serviço.

Via G1