A paixão por corridas de rua foi transmitida de pai para filho em Itapetininga (SP): Francisco Geraldo da Silva, o Ficão, passou o legado ao filho, Djalma Lúcio Monti da Silva. Em homenagem ao Dia dos Pais, celebrado neste domingo (11).

Com mais de 50 anos de dedicação, Ficão é um exemplo vivo de atleta na modalidade. Além de ter o pai como uma referência no esporte, Djalma viu o desejo de participar de forma mais ativa das corridas de rua, ao lado da família e dos amigos, se intensificar depois de passar pelo tratamento de um câncer.

Hoje com 59 anos, Djalma contou que sempre acompanhou seu pai, de 86 anos, nas disputas de futebol e corridas. “Em 1972, eu tinha seis anos e já acompanhava o meu pai. Eu era mais do futebol, mas, com 18 anos, comecei a acompanhar nas corridas e a participar”, relembrou o filho.

Segundo Djalma, seu pai falava que ele precisava tratar o assunto com seriedade e escolher entre o futebol ou a corrida. A vida escolheu isso por ele quando o atleta passou por um tratamento severo de câncer. A luta durou cerca de dois anos e incluiu mais de dez internações em hospitais de Botucatu (SP) e Jaú (SP).

No hospital, ele prometeu ao pai que, quando recebesse alta médica, iria reforçar o grupo de corrida tradicional fundado por ele, o XV de Novembro.

Após sair do hospital, curado pela quimioterapia, ele iniciou sua participação na organização de corridas de rua em Itapetininga, promovendo a união entre os atletas.

Foi em 2011 que o esportisa começou a treinar com mais seriedade para as corridas de rua, seguindo o exemplo do pai, que cuidou da saúde para continuar participando das provas. Em 2014, os dois correram juntos a 90ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre, na capital paulista.

“É emocionante! Foi muito bacana correr junto a São Silvestre. Eu tinha acabado de sair de um câncer, tinha muita gente e meu pai já estava parando com a corrida de rua”, completou Djalma.

Para Francisco, domingo pela manhã, quando acontecem as corridas ou treinos, já é tradição acordar cedo para ajudar na organização e participar das provas. “Agora eu fico mais sentado, e todo mundo vem conversar comigo. Quando não estou, querem saber porque eu não fui na corrida”, disse rindo.

Para Djalma, o esporte é tudo na vida. No caso do pai, o esporte também já foi sua vida, além de uma oportunidade de ter mais saúde e conhecer outros lugares.

“Nossa família respira esporte, eu nasci no esporte. É emocionante ver as medalhas que estão ali na sala, é uma história, tem uma vida ali dentro da sala. O esporte é o caminho”, disse Djalma.
“Ele está me representando, gostaria que fosse assim em todas as famílias: os filhos continuando a trajetória do pai”, completou Francisco sobre o filho participar das corridas e assumir a responsabilidade do grupo.

Djalma também comentou que, para ele, o pai representa respeito e um caminho de exemplo no esporte e também na vida.

Via G1