Fim de ano é um período em que a gente costuma se reunir com a família, passar os dias juntos se confraternizando. É uma época do ano típica para esse tipo de reencontro, mas em Jaú, no interior de SP, quatro irmãos vivem essa rotina de encontros quase que diariamente.
Eles vivem em casas diferentes, mas por causa de um sonho do patriarca da família estão juntos sempre. É quase como fim de ano, o ano todo.
O trabalhador rural Luiz Fabre e a dona de casa Ana Vitória tiveram quatro filhos. A família foi uma das primeiras moradoras da Vila Sampaio e o casal tinha um sonho: manter a família no mesmo lugarzinho quando eles partissem.
“Na época a gente não tinha dinheiro nem para comprar um lote de terreno, mas seu Luiz, tinha um dinheirinho e decidiu que compraria o terreno para transformar em quatro lotes e assim foi. Ele pagou a entrada dos lotes e nós fomos pagando as prestações”, lembra.
Com muito sacrifício na época, os quatro filhos construíram cada um a sua casa. Uma do lado a outra – a Leonilda, o Carlos, a Josi e o Luizinho. O neto mais velho, filho do Carlos, lembra que não tinha muro no fundo das casas, o quintal era um só para todos.
“Com muito sacrifício nós conseguimos fazer os muros na frente das casas, mas o fundo era todo aberto. Os primos saíam das casas, brincavam, brigavam, choravam, mas depois de um tempo já estávamos todos juntos novamente”, conta o tesoureiro Rogério Fabre.
Os irmãos Fabre convivem diariamente como se morassem na mesma casa. Em dias de calor, no final da tarde, não precisa nem combinar, eles se reúnem na calçada. É um encontro típico das cidades do interior.
“A gente tem esse cuidado um com o outro. Eles cuidaram muito bem de mim e eu sou muito grato por isso e hoje a gente cuida um do outro. Sempre que um precisa, a gente corre e ajuda e nos entendemos muito bem”, afirma Luiz Fabre, um dos irmãos.
No fim de ano é sagrado iluminar a fachada das quatro casas para viver o clima de Natal. E fim de semana normalmente é de festa. Eles se reúnem na casa da Josi e do Ivo.
Os quatro irmãos se casaram, tiveram filhos, netos, a família tem hoje 37 pessoas. Eles se reúnem assim toda semana, não é só em data especial. O espaço é pequeno, mas como diz o velho ditado, no coração de mãe sempre cabe mais um.
Fonte G1